19/10/2021

Cooperativas e Entrepostos Parceiros da Prolata

Quando a gente fala de logística reversa, nem imagina como é que esse tipo de iniciativa realmente se materializa na prática do dia a dia das cidades.

Acontece que para que todo o material reciclável que a humanidade descarta seja aproveitado, ele precisa percorrer um longo caminho de volta até as indústrias recicladoras.

E é aí que entram em jogo duas figuras das mais importantes para a preservação do meio-ambiente e para que a roda do reaproveitamento de resíduos sólidos possa girar: as cooperativas e os entrepostos.

Hoje, vamos dar uma olhada na importância desses dois agentes, quais são as dimensões de seus trabalhos e alguns números relacionados às suas tão relevantes atividades.

Vamos nessa?

Cooperativas de catadores de materiais recicláveis: de lata em lata

Segundo uma pesquisa da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), em seu último relatório, chamado Panorama 2020, o Brasil gerou quase 80 milhões de toneladas de RSU (resíduos sólidos urbanos) em 2019.

Em pouco mais de 10 anos, nossa produção de RSU aumentou mais de 15%, e a produção per capita nacional apresenta uma média de praticamente 400 Kg.

É muito resíduo. E nele, quando observamos a composição gravimétrica (composição dos tipos de materiais) dos materiais descartados, a matéria orgânica ainda está na ponta, com 45,3%, seguida pelo plástico, com 16,8% e, em terceiro lugar, rejeitos (que não têm reciclagem) com 14,1%, em quarto aparecem papel e papelão com 10,4% e os metais aparecem no final com 2,3%.

Ou seja, são mais de 1,8 milhões de toneladas de resíduos metálicos, composto por diversos produtos e incluindo latas e outros tipos de recipientes.

Tudo isso pode ser reciclado, e os catadores cumprem um papel fundamental neste sentido. E isso porque são eles quem fazem a triagem dos materiais acontecer.

Há alguns anos, o Brasil tinha aproximadamente 600 mil catadores de materiais recicláveis. Mesmo em condições nem sempre das mais adequadas, estes trabalhadores são um elo importante entre o descarte dos consumidores e os centros de reciclagem.

De acordo com o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), eles são responsáveis por nada menos do que 90% do lixo que é reciclado no país.

Além de coletar os materiais que podem ser reaproveitados, eles ainda separam, transportam, armazenam e, em muitas oportunidades, ainda conseguem beneficiar os materiais para aumentar seu valor.

Neste contexto, as latas de aço têm um percentual de aproveitamento na casa de quase 50%.

Muitos números, certo? Mas o fato é que, sem a existência dos catadores, muito do que conseguimos fazer atualmente em matéria de reciclagem não seria realidade. Lembre-se de que comentamos que eles são responsáveis por 90% do lixo reciclado no Brasil: sem seu trabalho, tudo isso ia acabar parando em aterros.

Entrepostos: a conexão com a indústria

Se os catadores são os galhos dessa imensa árvore da reciclagem, os entrepostos/sucateiros entram como o caule, por onde toda essa coleta pode ser escoada para sua destinação final:  a indústria siderúgica.

Como as empresas que compram sucata nem sempre se situam perto dos grandes centros urbanos, algum lugar precisa servir de centro de distribuição de tudo o que os catadores e os pequenos sucateiros coletam. É aí que reside o maior valor dos entrepostos.

Além de estarem mais próximos da coleta, estas instalações ainda são responsáveis pela separação dos materiais de aço recicláveis e pela gestão da distribuição para a indústria da siderurgia.

Os entrepostos e cooperativas de catadores também são o destino para o material que é descartado em PEVs (pontos de entrega voluntária). Esta é uma iniciativa do PROLATA que oferece depósitos e máquinas para descarte da população, que ficam localizados em comércios e lugares estratégicos da cidade.

Sem a integração entre: 1. empresas que compram sucata metálica, 2. entrepostos e cooperativas e 3. pontos de recebimento, ficaria muito mais difícil fechar o ciclo da reciclagem, pois a população e as políticas públicas ainda estão encontrando as melhores maneiras de reaproveitar resíduos sólidos recicláveis.

Por isso, programas como o Prolata são tão importantes. Somos uma associação sem fins lucrativos, entidade gestora para logística reversa de latas de aço, que busca, entre outras coisas:

  • tornar viável o retorno das embalagens de aço;
  • dar o destino correto aos materiais coletados;
  • produzir informação confiável sobre as atividades do setor;
  • abrir uma linha de comunicação com a população;
  • incentivar o surgimento de centros de reciclagem;
  • fomentar parcerias com catadores e cooperativas de coleta de resíduos;
  • valorizar a sucata ferrosa;
  • incentivar a reciclagem de latas de aço no Brasil.

Já conseguimos grandes conquistas! Você pode saber mais sobre nosso programa acessando nossa página e também conhecendo nosso blog.