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Você já parou um pouco e pensou sobre como a atuação dos sucateiros é fundamental para a sociedade?

É comum encontrar, no dia a dia, discursos relacionados a políticas mais sustentáveis, sobre a necessidade de preservar a natureza e de reutilizar materiais.

E os sucateiros são exatamente uma das peças mais importantes dessa engrenagem. São suas iniciativas que reafirmam os aspectos econômicos da busca por mais sustentabilidade da cadeia de metais no Brasil.

Mundialmente falando, há mais de um século que a sucata de aço e de ferro são reaproveitadas pela indústria para a confecção de novos produtos. Aqui no Brasil, a indústria de reciclagem de materiais ferrosos começou a ser estruturada ali pelos anos 50.

Hoje, vamos dar uma olhada mais de perto em alguns números da indústria da sucata para que qualquer pessoa consiga visualizar o impressionante volume desta atividade.

Números da sucata

Da coleta à distribuição, passando pela classificação dos materiais, no Brasil, há mais de 3000 empresas que se enquadram na categoria de sucateiros, segundo um estudo da INESFA.

Por aqui, em território nacional, a relação do consumo de sucata ferrosa por tonelada de aço produzido atinge um patamar de quase 26%, pelo que indica o Bureau of International Recycling.

Um detalhe sobre a sucata: enquanto na produção de aço “do zero”, é preciso incluir outros minerais como silício, carbono, zinco, etc, a sucata já contém praticamente tudo isso em sua composição, requerendo somente alguma correção pontual.

Por aqui, o Brasil move anualmente cerca de 9 milhões de toneladas de sucata ferrosa, incluindo a chamada sucata de obsolescência (produtos que já não têm utilidade).

Sabe quais são os impactos disso no meio-ambiente? Confira:

• mais de 10 milhões de toneladas de minério de ferro deixam de ser extraídas;
• 5,6 milhões de toneladas de carvão economizadas;
• 500 mil quilos de calcário não consumidos;
• 500 milhões de litros de água preservados;
• economia de carbono na ordem dos 15 bilhões de toneladas de CO₂.

O valor da sucata

E além das vantagens ambientais, a sucata tem valor econômico real. Inclusive, sabe quanto esse setor move, em termos econômicos, por ano, no Brasil? A impressionante cifra de 7 bilhões de reais.

Essa atividade econômica impressionante impacta diretamente na quantidade de postos de trabalho, na renda dos trabalhadores da sucata e o Estado também se beneficia por meio dos impostos gerados pelo setor.

De fato, segundo o IBGE (com informações de 2018), toda a cadeia de suprimentos da indústria da reciclagem está composta por mais de 250 mil trabalhadores, considerando cooperativas e empresas aparatistas.

O que não falta são motivos para fomentar a cadeia de reciclagem de materiais. Benefícios econômicos, ambientais e sociais são claramente percebidos quando olhamos para os números do setor mais de perto.